quarta-feira, 25 de maio de 2016

Dédalo e Ícaro, os limites para sonhar. Mitologia grega.

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Dédalo e Ícaro, os limites para sonhar.

Em Atenas, Dédalo era um artesão e engenheiro famoso. Todos conheciam a sua arte e ele tinha fama em toda Grécia. Os mais poderosos reis queriam adquirir as suas esculturas ou viver nos majestosos palácios e edifícios que ele construía. Com tantas encomendas, Dédalo já não conseguia atender a todos os pedidos e para aliviar a grande sobrecarga, o artista decidiu ter um aprendiz em sua oficina, seu sobrinho Talo.
Dédalo ensinou ao jovem todos os segredos das artes da cerâmica, da arquitetura e da escultura. Aos poucos, Talo mostrou-se um excelente aprendiz e um genial artista, e com sua criatividade inventou o torno de oleiro. Dédalo sentiu uma profunda inveja por não ter sido ele o criador do invento. A cada dia, Talo inventava algo. Certa vez, ao ver os dentes pontiagudos de uma serpente, ele teve a inspiração para inventar o serrote. Passado algum tempo, Talo inventou o compasso e outros inventos para a produção das armas, tijolos e vestimentas dos atenienses.
Quanto mais Talo mostrava a sua criatividade, mais Dédalo o invejava, e Talo começou a adquirir muita fama em Atenas conquistando os antigos admiradores e clientes de Dédalo. Aos poucos Dédalo foi perdendo a genialidade criativa e sua inveja tirava sua inspiração. Os trabalhos de Talo passaram a ser preferidos e Dédalo por se sentir ofendido decidiu eliminar o sobrinho. Dissimulando suas intenções, Dédalo convidou Talo para um passeio ao templo de Atena que ficava no alto e um penhasco. Caminhando inocentemente com o tio, quando passavam pelas muralhas do tempo em um gesto premeditado Dédalo empurrou Talo ao precipício. Ao encontrar a morte, o rosto de Talo apresentava um sorriso nos lábios.
Depois de matar o sobrinho, Dédalo recolheu o corpo de Talo, enfiou em um saco e tentou apagar os vestígios de seu crime. Porém, quando retornava para sua oficina, Dédalo foi surpreendido carregando um saco sujo de sangue. Nervoso, o arquiteto disse ser de uma serpente que matara, mas o nervosismo do arquiteto fez com que as pessoas desconfiassem daquela versão. Dédalo continuou o seu caminho, sem perceber que os curiosos sorrateiramente seguiam os seus passos. Em um terreno vazio, Dédalo depositou o cadáver do sobrinho. Do alto do Olimpo, Atena a deusa da sabedoria, o assistia e transformou a alma de Talo numa perdiz.
Denunciado, Dédalo foi conduzido ao cárcere enquanto a perdiz sobrevoava tribunal assistindo a justiça feita. Alguns dias após a condenação Dédalo conseguiu fugir para Creta onde já tinha chegado a sua fama de artesão, escultor, inventor e engenheiro. Quando Minos, rei de Creta, soube da presença do artista, recebeu-o com honras de Estado e o colocou sob sua proteção, mas exigiu que ele trabalhasse somente para ele. Dédalo passou a criar muitas obras e estátuas para Minos, mas perdeu sua liberdade criadora. Suas criações ficaram restritas aos desejos do monarca e sua arte se tornou prisioneira dos caprichos do Rei Minos.
Sempre à deriva dos caprichos reais, a bela rainha Pasífae, a esposa do rei, tendo se apaixonado por um touro, pediu a Dédalo que criasse uma armadura no formato de uma novilha que lhe permitisse atrair o touro. Dédalo esculpiu uma novilha em madeira e desse amor incomum da rainha e o touro nasceu o Minotauro, uma criatura com corpo de homem e cabeça de touro. Para esconder a vergonha da traição da mulher, Minos ordenou que Dédalo construísse uma prisão para o monstro, um lugar de onde ele jamais pudesse sair. Dédalo construiu um labirinto com becos e caminhos sinuosos, como um enigma.
O Labirinto tornou-se a maior obra arquitetônica de todo o Mediterrâneo gerando a admiração dos povos, inquietando a curiosidade de outros reinos. Aprisionado, o Minotauro se revelou uma violenta fera e exigia ser alimentado de carne humana. Minos que havia conquistado o reino de Atenas exigia do rei Egeu sete rapazes e sete moças para serem sacrificados. Teseu, o filho do rei de Atenas, revoltado com a maléfica exigência, misturou-se com os jovens que seriam enviados para Creta.
Em Creta, Teseu seduziu a bela princesa Ariadne, filha de Minos. Com sua ajuda, penetrou no Labirinto levando um novelo de lã que foi desenrolado desde a porta de entrada. Teseu venceu o Minotauro e conseguiu sair do labirinto seguindo as linhas do novelo. A bela Ariadne esperava-o na saída e apaixonada fugiu com Teseu, levando seu irmão como refém. Perseguidos pelo rei Minos, esquartejaram o filho de Minos, e enquanto Minos recolhia os pedaços do filho no mar, Teseu e Ariadne fugiram. O rei Minos culpou Dédalo por toda tragédia e como castigo, encerrou Dédalo e seu filho Ícaro dentro do Labirinto, fazendo-os prisioneiros perpétuos.
Dédalo se tornou prisioneiro de sua própria criação e passou a viver com seu sonho de liberdade, até que construiu asas que lhe permitiria fugir voando. Juntando penas de aves, Dédalo construiu seu sonho amarrando as penas e colocando uma camada de cera sobre elas. Terminado seu projeto, Dédalo recomendou a seu filho os cuidados para o voo e, movidos de coragem, os dois saltaram para o infinito. Dominando o voo, Dédalo preveniu ao filho que mantivesse uma determinada altura; não tão baixa para não cair no mar e nem tão alta para que não se aproximasse do sol que poderia derreter a cera.
Dédalo e Ícaro alcançam os céus da Grécia, mas Ícaro se deixou deslumbrar pela sensação de liberdade e pela beleza do céu. Voando alto, os raios quentes do sol derreteram a cera das asas e em meio ao seu delírio sonhador, Ícaro se precipitou no mar. Dédalo desceu para apanhar o cadáver do filho e quando caminhava entre os arbustos para sepultá-lo, uma perdiz pairou sobre sua cabeça. Era o espírito de Talo, acentuando a tragédia numa anunciada vingança.
Partindo em um barco pelo mar Dédalo aportou na Sicília. Mesmo sendo recebido com honras pelo rei daquele local, a alma de Dédalo vestia um luto perene e nada estimulava sua alma criadora. Já não sentia nenhuma inveja como no passado e viu perdida sua genialidade. Apesar disso, criava o que lhe instruíam, mas ele já não se importava com os aplausos. Tornou-se um protegido no reino, mas um dia Minos aportou na Trinácria à procura de Dédalo. A fim de proteger Dédalo, o rei Cócalo fingiu receber com honras o rei Minos, convidando-o para um banho quente e um banquete.

Para repousar da fatigante viagem, Minos atendeu ao convite. Entrando na banheira, sentiu a água morna e fechou os olhos para repousar. Mas Cócaro havia premeditado matar Minos, e de repente a água começou a esquentar e ferver e, apesar dos gritos de Minos, ninguém veio a socorrê-lo. O soberano de Creta morreu sufocado pelos vapores e pelo calor. Dédalo estava livre do seu maior perseguidor, porém já não tinha mais sentido a sua liberdade. Dédalo seguiu solitário ensinando sua arte a muitos discípulos. E já muito velho, quando viu a morte chegar, Dédalo realizou seu maior sonho, vendo sua alma sem asas voar...


Para os pequenos a história deve ser reduzida.

Perguntas:

Onde morava Dédalo?

Qual era sua profissão?

Artesão -
substantivo masculino
indivíduo que pratica arte ou ofício que dependem de trabalhos manuais.
artífice que exerce sua profissão em oficina própria.

Por que Dédalo matou o sobrinho?  Essa atitude foi certa?  Que acontece em nossos dias com alguém que mata outra pessoa?

Após fugir do cárcere para onde fugiu Dédalo?

Como surgiu o Minotauro?

Por que Dédalo foi preso no labirinto com seu filho?

Qual foi o seu plano de fuga?

Ícaro seguiu os conselhos do pai quando fugiram do labirinto?

Você tem um sonho?

Você acha que para realizar os sonhos podemos ignorar nossas limitações e as dificuldades da vida? Por quê?




Sonho de Ícaro
Byafra
  

Voar, voar
Subir, subir
Ir por onde for
Descer até o céu cair
Ou mudar de cor
Anjos de gás
Asas de ilusão
E um sonho audaz
Feito um balão...

No ar, no ar
Eu sou assim
Brilho do farol
Além do mais
Amargo fim
Simplesmente sol...

Rock do bom
Ou quem sabe jaz
Som sobre som
Bem mais, bem mais...

O que sai de mim
Vem do prazer
De querer sentir
O que eu não posso ter
O que faz de mim
Ser o que sou
É gostar de ir
Por onde, ninguém for...

Do alto coração
Mais alto coração...

Viver, viver
E não fingir
Esconder no olhar
Pedir não mais
Que permitir
Jogos de azar
Fauno lunar
Sombras no porão
E um show vulgar
Todo verão...

Fugir meu bem
Pra ser feliz
Só no pólo sul
Não vou mudar
Do meu país
Nem vestir azul...

Faça o sinal
Cante uma canção
Sentimental
Em qualquer tom...

Repetir o amor
Já satisfaz
Dentro do bombom
Há um licor a mais
Ir até que um dia
Chegue enfim
Em que o sol derreta
A cera até o fim...

Do alto, coração
Mais alto, coração...

Faça o sinal
Cante uma canção
Sentimental
Em qualquer tom...

Repetir o amor
Já satisfaz
Dentro do bombom
Há um licor a mais
Ir até que um dia
Chegue enfim
Em que o sol derreta
A cera até o fim...

Do alto, o coração
Mais alto, o coração...(2x)

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