Fonte da imagem: http://www.publicdomainpictures.net/view-image.php?image=16218&picture=crianca-e-da-lua
Um conto de
fadas dos Irmãos Grimm.
Um homem
tinha sete filhos e nunca tinha uma filha, por mais que desejasse. Até que,
finalmente, sua mulher lhe deu esperanças de novo e, quando a criança veio ao
mundo, era uma menina. A alegria foi enorme, mas a criança era franzina e miúda
e, por causa dessa fraqueza, foi preciso que lhe dessem logo os sacramentos. O
pai mandou um dos filhos ir correndo até a fonte, buscar água para o batismo.
Os outros seis foram atrás do irmão e, como cada um queria ser o primeiro a
puxar a água para cima, acabaram deixando o balde cair no fundo do poço. Aí
eles ficaram assustados, sem saber o que deviam fazer, e nenhum dos sete tinha
coragem de voltar para casa. Foram ficando por lá, sem sair do lugar.
Como estavam
demorando muito, o pai foi ficando cada vez mais impaciente e disse: - Na certa
ficaram brincando e se esqueceram de voltar, aqueles moleques levados...
Começou a
ficar com medo de que a menininha morresse sem ser batizada e, com raiva,
gritou:
- Tomara que
eles todos virem corvos!
Mal o pai
acabou de dizer essas palavras, ouviu um barulho de asas batendo no ar, por
cima da cabeça. Levantou os olhos e viu sete corvos negros como carvão voando
de um lado para outro.
Os pais
ficaram tristíssimos, mas não conseguiram fazer nada para quebrar o encanto.
Felizmente,
puderam se consolar um pouco com sua filhinha querida, que logo recuperou as
forças e cada dia ia ficando mais bonita. Durante muito tempo, ela ficou sem
saber que tinha tido irmãos, porque os pais tinham o maior cuidado de nunca
falar nisso. Mas um dia, ela ouviu por acaso umas pessoas comentando que era
uma pena que uma menina assim tão bonita como ela fosse a responsável pela
infelicidade dos irmãos.
A menina
ficou muito aflita e foi logo perguntar aos pais se era verdade que ela já
tinha tido irmãos, e o que tinha acontecido com eles. Os pais não puderam
continuar guardando segredo. Mas explicaram que o que aconteceu tinha sido um
desígnio do céu, e que o nascimento dela não tinha culpa de nada. Só que a
menina começou a ter remorsos todos os dias e resolveu que precisava dar um
jeito de livrar os irmãos do encanto. Não sossegou enquanto não saiu escondida,
tentando encontrar algum sinal deles em algum lugar, custasse o que custasse.
Não levou quase nada: só um anelzinho como lembrança dos pais, uma garrafinha
d'água para matar a sede e uma cadeirinha para descansar.
Andou,
andou, andou, cada vez para mais longe, até o fim do mundo. Aí, ela chegou junto
do sol. Mas ele era quente demais e muito terrível, porque comia os próprios
filhos. Ela saiu correndo, fugindo, para bem longe, até que chegou junto da
lua. Mas a lua era fria demais e muito malvada e cruel. Assim que viu a menina,
disse:
- Huuummm
sinto cheiro de carne humana...
A menina
saiu correndo bem depressa, fugindo para bem longe, até que chegou junto das
estrelas.
As estrelas
foram muito amáveis e boazinhas com ela, cada uma sentada em uma cadeirinha
separada. Então, a estrela da manhã se levantou, deu um ossinho de galinha à
menina e disse:
- Sem este
ossinho, você não vai conseguir abrir a montanha de vidro. E é na montanha de
vidro que estão os seus irmãos.
A menina
pegou no ossinho, embrulhou-o com todo cuidado num lenço e continuou seu caminho,
até que chegou à montanha de vidro. A porta estava bem fechada, trancada com
chave, e ela resolveu pegar o ossinho de galinha que estava guardado no lenço.
Mas quando desembrulhou, viu que não tinha nada dentro do pano e que ela tinha
perdido o presente que as boas estrelas tinham dado. Ficou sem saber o que
fazer. Queria muito salvar os irmãos, mas não tinha mais a chave da montanha de
vidro. Então, a boa irmãzinha pegou uma faca, cortou um dedo mindinho, enfiou
na fechadura
e deu um jeito de abrir a porta. Assim que entrou, um gnomo veio ao seu
encontro e lhe perguntou:
- Minha
filha, o que é que você está procurando?
- Procuro
meus irmãos, os sete corvos - respondeu ela. O gnomo então disse:
- Os
senhores Corvos não estão em casa, mas se quiser esperar até que eles cheguem,
entre e fique à vontade.
Lá em cima,
o gnomo pôs a mesa para o jantar dos corvos, com sete pratinhos e sete
copinhos. A irmã então comeu um pouco da comida de cada prato e bebeu um gole
de cada copo. Mas no último, deixou cair o anelzinho que tinha trazido.
De repente,
ouviu-se nos ares um barulho de gritos e batidas de asas. Então o gnomo disse:
- São os
senhores Corvos que estão chegando.
Eram eles
mesmos, com fome e com sede. Foram logo em direção aos pratos e copos. E, um
por um, foram gritando:
- Quem comeu
no meu prato? Quem bebeu no meu copo? Foi boca de gente, foi boca de gente...
Mas quando o
sétimo corvo acabou de esvaziar seu copo, o anel caiu lá de dentro. Ele olhou
bem e reconheceu que era um anel do pai e da mãe deles, e disse:
- Quem dera
que fosse a nossa irmãzinha, porque aí a gente ficava livre.
Quando a
menina, que estava escondida atrás da porta, ouviu esse desejo, apareceu de
repente e todos os corvos viraram gente outra vez. Começaram todos a se abraçar
e se beijar e a se fazer mil carinhos e depois voltaram para casa muito
felizes.
Moral da
história:
Não julgar e
condenar sem saber o motivo. Na hora da raiva devemos esperar que fiquemos
calmos para tomar qualquer decisão.
O pai dos
meninos agiu certo rogando uma praga sem saber o que tinha acontecido com eles?
O que os
corvos mais desejavam que acontecesse depois que viraram corvos? Por quê?
Trabalho com recortes:
Fonte da imagem:http://www.publicdomainpictures.net/view-image.php?image=59357&picture=passaro-corvo-clipart
Desenhar em cartolina a montanha de vidro e colar os sete corvos recortados.
Pode-se recortar também sete pratos e sete copos em preto e pedir que façam o desenho bem colorido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário