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É voz
corrente que as crianças adoram os avós. Seja porque eles lhes fazem as
vontades ou porque lhes dispensam mais tempo, considerando que, normalmente, o
tem mais livre, por estarem aposentados.
Enfim, os
netos adoram ficar com os avós. Por isso, em muitas famílias, existe até uma
programação específica, durante o mês, para um ou outro final de semana em que
os netos se instalam na casa deles.
O pequeno
Gabriel, nos seus quatro anos, não era exceção. Com sua mochila, com tudo e
mais um pouco do que poderia precisar, passava alguns finais de semana na casa
dos avós.
Eram sempre
dias um tanto tumultuados porque o pequeno parecia um furacão. Adorava jogar
bola com as mãos, com os pés. E, por vezes, atingindo lustres e abajures.
Na hora de
dormir, desejava ouvir histórias contadas pelo avô. Histórias do tempo em que
ele era criança. Gostava de ouvir aquelas coisas que o avô fazia, na sua
infância, que parecia perdida nos anos.
Algumas
brincadeiras um tanto diferentes das suas: subir em árvores, jogar bolinha de
gude, pescar no riacho perto de casa...
Tudo isso
deliciava, especialmente, o avô, o mais falante, o que mais interagia com o
pequeno.
Foi na hora
do café da manhã, que tudo aconteceu. O avô ofereceu uma fruta ao neto, que a
rejeitou. Também a outra não foi aceita.
Desejando
que o menino se servisse de algo saudável na primeira refeição do dia, o avô
apanhou uma caneca, que trazia os dizeres: Para o meu sobrinho mais querido.
Como um
grande ator, ele traduziu, entusiasmado, os dizeres:
Então, vamos
tomar um leite com chocolate nesta caneca espetacular, que comprei
especialmente para você?
Aqui está
escrito: Para o meu neto querido, Gabriel, com todo meu amor.
Naturalmente,
as intenções daquele avô eram as melhores possíveis.
No entanto,
o garoto se mostrou desconfiado.
Deixe eu
ver, vô, pediu ele. E tomou o utensílio em suas pequenas mãos.
Como um
especialista, inspecionou, devagar, todos os símbolos e sinais escritos nela e
indagou:
Vô, me diga
uma coisa. Onde está o G e depois o A para fazer GA, de Gabriel? Eu não estou
vendo nada disso aqui. Eu sei como se escreve meu nome.
Como a
situação se resolveu, não nos foi contado. Não sabemos se o avô admitiu sua
aparentemente inocente mentira, e o que se desenrolou na sequência.
No entanto,
é bom pensarmos quantas vezes, em nossa vontade de acertar, erramos.
Ou seja,
quantas vezes, faltamos com a verdade para com os nossos pequenos? Verdade que,
cedo ou tarde, eles descobrem.
Diante
disso, é de nos questionarmos com que direito lhes desejamos ensinar que devem
dizer a verdade, que devem ser honestos, que não devem enganar a ninguém?
Se os
desejamos homens de bem, que no futuro poderão ocupar cargos na política, no
empresariado, no comércio, na ciência, nas artes, no que for, primemos pela sua
correta educação.
Se os
exemplos falam muito mais alto do que as palavras, é bom repensarmos as nossas
atitudes. Afinal de contas, todos somos educadores: pais, avós, professores,
tios, primos.
Educamos
para as coisas positivas ou não. Educamos com nosso exemplo, com nossa forma de
ser.
Tenhamos
isso em mente antes de tentarmos distrair-lhes as mentes ou lhes conquistar os
corações com invenções tolas ou inverdades.
Pensemos
nisso. Os pequenos têm os olhos postos em nós, a todo momento e aguardam a
melhor condução para as suas vidas.
Redação do
Momento Espírita.
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