Imagem google.
Um dia
Júpiter convocou os animais para comparecerem diante dele, a fim de que,
comparando-se uns com os outros, cada animal reconhecesse o próprio defeito ou
a própria limitação. Assim, Júpiter poderia corrigir as imperfeições.
E os
animais, um a um elogiavam a si próprios, gabavam-se de suas qualidades e só
relatavam os defeitos alheios. O macaco, ao ser questionado se estava feliz com
seu aspecto, respondeu:
— Mas claro
que sim! Cabeça, tronco e membros, eu os tenho perfeitos. Em mim, praticamente,
não acho defeitos. É pena que nem todo mundo seja assim... — Os ursos, por
exemplo, que deselegante!
O urso veio
em seguida, mas não se queixou de seu aspecto físico, até se gabou de seu
porte. Fez críticas aos elefantes: orelhas demasiadamente grandes; caudas
insignificantes. Animais grandalhões, sem graça e sem beleza.
Já o
elefante pensa o oposto e se acha encantador; porém, a natureza exagerou, para
o seu gosto, quanto à gordura da baleia.
A formiga,
ao falar da larva, franze o rosto:
— Que
pequenez mais triste e feia!
Moral da história:
Assim são os
homens. É como se lhes tivessem colocado dois alforjes: no peito, o alforje com
os males alheios, e nas costas, o alforje com os próprios males.
De tal modo
que são cegos quanto aos próprios defeitos, mas enxergam com nitidez os
defeitos dos outros.
La Fontaine.
Analisando a fábula: através de perguntas, levar à conclusão:
Um dos problemas dos homens, consiste em ver o mal dos outros, antes de ver o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço?
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