Uma pausa
para reflexão sempre cai bem. O foco do blog é usar fábulas e historinhas
infantis para ajudar na educação de crianças preparadas para a vida, e
espiritualizadas para enfrentar o novo mundo. Por isto achei de grande
relevância o texto abaixo.
Avanço
científico-tecnológico versus Infelicidade humana e violência.
Como
explicar a grande crise que estamos vivendo hoje, em que temos, de um lado, uma
humanidade que atingiu um tremendo avanço científico-tecnológico, e, de outro, estatísticas
assustadoras, como a de que a depressão é a doença que mais atinge mulheres e a
que mais cresce entre homens, fazendo com que antidepressivos sejam os
medicamentos mais vendidos no mundo, ou a que dá conta de que a violência nas
escolas, ruas, lares, etc., vem aumentando vertiginosamente?
Como
explicar essa grande crise que envolve o louvável avanço científico-tecnológico
de um lado e o aumento da violência e da infelicidade humana de outro?
Segundo
estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, a depressão será a
segunda maior doença em todo o mundo, ficando atrás apenas das doenças do
coração.
De antemão,
é possível observar que toda a evolução científica e tecnológica da humanidade
não tem sido capaz de nos trazer mais felicidade, tranquilidade e paz. E se o
patamar evolutivo a que chegamos não consegue nos proporcionar isso, alguma
coisa está errada. E só por isso — ou exatamente por isso — percebermos a
necessidade de rever nossos
conceitos, de fazer uma revolução no modo como vivemos, pois, caso contrário,
aumentará a relação entre tecnologia e infelicidade humana.
Quando digo “revolução”, refiro-me à necessidade de mudar drasticamente
nossas atitudes. Afinal, “se continuarmos fazendo o que sempre fizemos,
vamos receber o que sempre recebemos. É preciso fazer algo
diferente para ter um resultado diferente”.
Como se não
bastasse o tamanho dessa crise, outra vem se abatendo sobre a humanidade: a crise de sentido da vida. É por causa dessa crise que o ser
humano vivencia conflitos e se pergunta: de onde vim? Para onde vou? Quem sou? O
que estou fazendo aqui? Qual o sentido da vida?
Todos, em
determinado momento da vida, fazemos essas perguntas, mas poucos
obtêm respostas satisfatórias. Em geral, as pessoas dizem a si mesmas: “eu
tenho tudo para ser feliz e não sou, sinto que está faltando alguma coisa
na minha vida, mas não sei o bem o que é”.
Traçamos
metas, como casar, ter filhos, separar, passar no concurso, comprar uma
roupa, uma casa, um carro, trocar de casa, de carro, de cidade, de
país... E, quando conseguimos atingi-las, ficamos felizes na hora, por um
curto período, mas a satisfação passa logo. Isso acontece porque a
felicidade que esse tipo de meta proporciona não é permanente, mas
passageira. E, assim, acabamos percebendo que “o melhor da festa”
é a “a
expectativa da festa”, pois enquanto esperamos pela festa podemos fantasiar
que ficaremos felizes, mas, no fundo, sabemos que tal felicidade é
passageira.
Todo ser
humano busca a felicidade.
A questão é
saber como e onde encontrá-la.
É bom que as
pessoas sigam realizando seus desejos, pois, assim, chegará um momento
em que perceberão que apenas Deus poderá preenchê-las totalmente.
Ao dizer isso, estou me referindo à transcendência, que é uma necessidade
básica de nossa alma — a necessidade de entrar em contato com algo sagrado,
superior, maior.
A
transcendência é, para a alma, como a alimentação é para o corpo. Se não nos
alimentarmos, nosso corpo sentirá fome; se não transcendermos, quem sentirá
fome será a nossa alma. E é essa “fome” — a fome de transcendência sentida pela
alma — que recebe o nome de depressão, de crise existencial, e que se evidencia
quando não conseguimos reagir de maneira adequada aos problemas e dificuldades
da vida, quando nos sentimos — e ficamos — incapazes de enfrentar adequadamente
a nossa própria vida.
A falta de
transcendência pode ser comparada a uma grande bebedeira:
algumas
pessoas, sob o efeito do álcool, ficam nervosas, briguentas e violentas; outras
ficam tristes, choram, sentem sono, desanimam; outras, ainda, ficam
agitadas, desassossegadas... Portanto, quando a transcendência não está
presente em nossa vida, começamos a achá-la sem graça, sem sentido, chata e
cada vez mais nos sentimos tristes, vazios, depressivos, melancólicos,
agressivos e violentos.
A falta de
transcendência, muitas vezes, tem sido encarada como uma doença muito conhecida
em nossos dias: a depressão.
Para aliviar
os sintomas da falta de transcendência, precisamos acabar com comportamentos
inadequados, que nos levam à escuridão.
Trataremos
desse assunto nos próximos capítulos.
VALORES
HUMANOS - A revolução necessária - Izabel Ribeiro
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