Fonte da imagem:https://pixabay.com/pt/abelha-inseto-wasp-asas-olhos-160732/
No início,
para ela isso não tinha muita importância. Mas, com o tempo, vendo como seus
pais ficaram tristes, pois sonhavam com a filhinha estudando, se formando na
Universidade do Mel, trabalhando, progredindo, como as outras abelhas da colmeia,
começou a ficar entristecida, magoada, porque percebeu que não atingiria as
expectativas dos pais. Eles a levaram aos melhores especialistas do abelheiro,
mas todos foram unânimes: Zuzu jamais seria igual às outras...
Zuzu vivia
cabisbaixa, solitária, era motivo de gozação e brincadeiras de mau gosto por
parte das outras abelhas de sua idade.
Certo dia,
muito aborrecida, resolveu voar para bem longe. Sem perceber, aproximou-se de
outra colmeia, desconhecida. E logo percebeu que ali era diferente de onde ela
morava: na entrada, algumas abelhas guardiãs também possuíam dificuldades:
algumas não tinham uma asa, outras eram cegas...
À medida que
foi penetrando nessa nova colônia, notava que em todos os setores as abelhas
consideradas “deficientes”, trabalhavam e eram eficientes nas suas funções.
Conheceu algumas que, como ela, não podiam produzir mel. Todas estavam ativas e
contentes: controlavam o estoque de mel, a qualidade do produto, e até chefiavam
a produção. Isso a deixou muito feliz: ela também poderia ser útil!
Conversando,
suas novas amigas lhe contaram que ali todas eram respeitadas e trabalhavam de
acordo com as suas capacidades.
Exultante,
Zuzu voltou para sua casa cheia de novidades. No início, todos acharam que
aquilo era uma bobagem, um sonho, fruto da imaginação. Com perseverança foi,
aos poucos, introduzindo novas ideias na sua colmeia. Conseguiu levar uma
comissão de ministros a outra colmeia para que eles vissem que o seu ideal era
possível.
Assim,
lentamente, na sua comunidade, foi sendo eliminado o preconceito às abelhas
portadoras de cuidados especiais. Zuzu, como se sabe, chegou ao importante
cargo de chefe da produção de mel de todo o reino, pela sua inteligência, pela
suas habilidades, levando consigo muitas de suas irmãs.
Seus pais,
agora venturosos, entenderam que a felicidade de Zuzu não está em fazer como os
outros, mas em fazer como lhe é possível e da melhor maneira, evitando comparações.
Luis Roberto
Scholl
Tema: Preconceito, bullying, convivendo com as diferenças.
Um comentário:
Como é bom ser criança...pintar esses desenhos deve ser tudo de bom!
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