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Amigos, o texto abaixo é muito importante e deve ser pensado. É exatamente por tudo o que está escrito e sabe-se que está acontecendo de fato, que fiz o blog, que tento resgatar junto com vocês, brincadeiras mais saudáveis, mais contato com nossas crianças.
Não se trata de uma volta ao passado, contudo é consenso que falhamos e nossas falhas estão refletindo dramaticamente no comportamento das crianças da atualidade.
Escrito por
Liliane Prata Atualizado em 07/09/2015 em Cláudia
Augusto Cury.
Augusto
Cury, o famoso psiquiatra que tem livros publicados em mais de 70 países e dá
palestras para multidões no Brasil e lá fora, lançou recentemente uma versão
para crianças e adolescentes do seu best-seller Ansiedade - Como Enfrentar o
Mal do Século. O autor conversou com a gente sobre os desafios de se criar os
filhos hoje e não poupou críticas à maneira como a família e a escola têm
educado os pequenos. Confira!
Excesso de
estímulos.
"Estamos
assistindo ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos
adolescentes no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos
por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja acesso
ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV.
Eles estão perdendo as habilidades sócio-emocionais mais importantes: se
colocar no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias,
aprender a arte de agradecer. É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que
fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade.
Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. Aprender a não agir pela
reação, no esquema 'bateu, levou', e a desenvolver altruísmo e
generosidade."
Geração
triste.
"Nunca
tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar nossas
crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. Essa geração precisa de muito
para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos
para sentir migalhas de prazer. O resultado: são intolerantes e superficiais. O
índice de suicídio tem aumentado. A família precisa se lembrar de que o consumo
não faz ninguém feliz. Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser
estimulados a se aventurar, a ter contato com a natureza, se encantar com
astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não
são rápidos como as redes sociais."
Dor
compartilhada.
"É
fundamental que as crianças aprendam a elaborar as experiências. Por exemplo,
diante de uma perda ou dificuldade, é necessário que tenham uma assimilação
profunda do que houve e aprender com aquilo. Como ajudá-las nesse processo? Os
pais precisam falar de suas lágrimas, suas dificuldades, seus fracassos. Em vez
disso, pai e mãe deixam os filhos no tablet, no smartphone, e os colocam em
escolas de tempo integral. Pais que só dão produtos para os seus filhos, mas
são incapazes de transmitir sua história, transformam seres humanos em
consumidores. É preciso sentar e conversar: 'Filho, eu também fracassei, também
passei por dores, também fui rejeitado. Houve momentos em que chorei'. Quando
os pais cruzam seu mundo com os dos filhos, formam-se arquivos saudáveis
poderosos em sua mente, que eu chamo de janelas light: memórias capazes de
levar crianças e adolescentes a trabalhar dores perdas e frustrações."
Intimidade.
"Pais
que não cruzam seu mundo com o dos filhos e só atuam como manuais de regras
estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os
pequenos, uma empatia verdadeira. A família não pode só criticar
comportamentos, apontar falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os
pais devem ser os melhores brinquedos dos seus filhos. A nutrição emocional é
importante mesmo que não se tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo.
Quinze minutos na semana podem valer por um ano. Pais têm que ser mestres da
vida dos filhos. As escolas também precisam mudar. São muito cartesianas, ensinam
raciocínio e pensamento lógico, mas se esquecem das habilidades
sócio-emocionais."
Mais
brincadeira, menos informação.
"Criança
tem que ter infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda
pré-estabelecida o tempo todo, com aulas variadas. É importante que criem
brincadeiras, desenvolvendo a criatividade. Hoje, uma criança de sete anos tem
mais informação do que um imperador romano. São informações desacompanhadas de
conhecimento. Os pais podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam
em frente às telas. Sugiro duas horas por dia. Se você não colocar limite, eles
vão desenvolver uma emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir
cada vez menos: vão deixar de refletir, se interiorizar, brincar e contemplar o
belo."
Parabéns!
"Em vez
de apontar falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e
alunos têm pequenos acertos e atitudes inteligentes. Pais que só criticam e
educadores que só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em
empreender. Os educadores precisam ser carismáticos, promover os seus
educandos. Assim, o filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso
não tem ocorrido. O ser humano tem apontado comportamentos errados e não
promovido características saudáveis."
Conselho
final para os pais.
"Vejo
pais que reclamam de tudo e de todos, não sabem ouvir não, não sabem trabalhar
as perdas. São adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para atuar
como verdadeiros mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente.
Devem desligar o celular no fim de semana e ser pais. Muitos são viciados em
smartphones, não conseguem se desconectar. Como vão ensinar os seus filhos e
fazer pausas e contemplar a vida? Se os adultos têm o que eu chamo de síndrome
do pensamento acelerado, que é viver sem conseguir aquietar e mente, como vão
ajudar seus filhos a diminuírem a ansiedade?"
Fonte: http://m.mdemulher.abril.com.br/cultura/claudia/nunca-tivemos-uma-geracao-tao-triste
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