Coisas de criança! Um Blog de contação de histórias Infantis
"Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens." Pitagoras
sábado, 20 de fevereiro de 2021
BONITO MENINO!
quinta-feira, 1 de outubro de 2020
O reformador do mundo - Fábula de Monteiro Lobato.
Américo Pisca-Pisca tinha o hábito de pôr defeito em todas as coisas. O mundo para ele estava errado e a natureza só fazia asneiras.
— Asneiras,
Américo?
— Pois
então?!... Aqui mesmo, neste pomar, você tem a prova disso. Ali está uma
jabuticabeira enorme sustendo frutas pequeninas, e lá adiante vejo colossal
abóbora presa ao caule duma planta rasteira. Não era lógico que fosse
justamente o contrário? Se as coisas tivessem de ser reorganizadas por mim, eu
trocaria as bolas, passando as jabuticabas para a aboboreira e as abóboras para
a jabuticabeira. Não tenho razão?
Assim
discorrendo, Américo provou que tudo estava errado e só ele era capaz de dispor
com inteligência o mundo.
— Mas o
melhor — concluiu — é não pensar nisto e tirar uma soneca à sombra destas árvores,
não acha?
E
Pisca-Pisca, pisca-piscando que não acabava mais, estirou-se de papo para cima
à sombra da jabuticabeira.
Dormiu.
Dormiu e sonhou. Sonhou com o mundo novo, reformado inteirinho pelas suas mãos.
Uma beleza!
De repente,
no melhor da festa, plaft! Uma jabuticaba cai do galho e lhe acerta em cheio no
nariz.
Américo
desperta de um pulo; pisca, pisca; medita sobre o caso e reconhece, afinal, que
o mundo não era tão mal feito assim.
E segue para
casa refletindo:
Que
espiga!... Pois não é que se o mundo fosse arrumado por mim a primeira vítima
teria sido eu? Eu, Américo Pisca-Pisca, morta pela abóbora por mim posta no
lugar da jabuticaba? Hum! Deixemo-nos de reformas. Fique tudo como estar, que
está tudo muito bem.
E
Pisca-Pisca continuou a piscar pela vida em fora, mas já sem a cisma de
corrigir a natureza.
Moral da história:
Deus age para nosso bem e cabe a cada um ser merecedor dos dons recebidos, aceitar-se e aceitar a vida e a natureza, pois tudo tem um sentido que às vezes não percebemos.
Tema:
Autoaceitação, amor à natureza, cuidados com a natureza, ecologia.
sábado, 26 de setembro de 2020
Musicalização infantil, a importância da música no desenvolvimento cerebral.
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
A FORMIGA MÁ. Esopo.
Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta.
Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com o seu cruel manto de gelo.
A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se, nem folhinhas que comesse.
Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou — emprestado, notem! — uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida do empréstimo, logo que o tempo o permitisse.
Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.
— Que fazia você durante o bom tempo?
— Eu... eu cantava!...
— Cantava? Pois dance agora, vagabunda! — e fechou-lhe a porta no nariz.
Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som estridente daquela cigarra morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usurária morresse, quem daria pela falta dela?
Moral da história: A vingança não é uma boa virtude, devemos ajudar os outros sem esperar nada em troca.
Como diz o ditado, quem faz o bem não olha a quem.
Atividade:
Quer ajudar a pobre cigarrinha? Faça um desenho dela numa casinha bem quentinha.
Sobre a formiguinha boa leia aqui
domingo, 13 de setembro de 2020
A coruja e a águia.
Coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.
— Basta de guerra — disse a coruja. O mundo é tão grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.
— Perfeitamente — respondeu a águia.
— Também eu não quero outra coisa.
— Nesse caso combinemos isto: de ora em diante não comerás nunca os meus filhotes.
— Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes?
— Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheios de uma graça especial que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.
— Está feito — concluiu a águia.
Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.
— Horríveis bichos! — disse ela. Vê-se logo que não são os filhos da coruja.
E comeu-os.
Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi justar contas com a rainha das aves.
— Quê? — disse esta, admirada. Eram teus filhos aqueles mostrenguinhos? Pois, olha, não se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste...
Fábula adaptada por Monteiro Lobato.
Por isso que se diz que a mamãe que elogia demais seus filhos é chamada de mamãe coruja.
Atividades:
Origami de coruja, as crianças adoram!