terça-feira, 20 de outubro de 2015

MIDAS, O REI QUE TINHA ORELHAS DE BURRO. Mitologia Grega.


Hull de La Fuente

Num reino muito distante
Na Frigias, lá no oriente,
Apolo, em um rompante,
Com Midas foi inclemente.

Foi depois de uma disputa
De flautas com Apolo e Pan
Midas que estava na escuta
Disse de quem era fã.

Apolo, nada contente,
Com a preferência de Midas
Deu-lhe ali em um repente
Orelhas como espigas.

Eram orelhas de burro
E o rei ficou deformado
o rei quis lhe dar um murro,
mas teria piorado.

Desde então o rei passou
A usar belos turbantes
As orelhas ocultou
E era sempre elegante.

Só o seu cabeleireiro
conhecia o segredo
E sendo bem fofoqueiro
Só não contava de medo.

O cabeleireiro então
Teve uma ideia genial
Fez um buraco no chão
No meio de um matagal.

Ali então o fofoqueiro
Falou quase num sussurro,
Como para o mundo inteiro:
“Midas tem orelhas de burro”!

Depois tapou o buraco
Com aquele seu segredo,
Cabeleireiro velhaco,
Já não sentia mais medo.

Porém naquele lugar
logo um bambuzal cresceu
e o vento pôs-se a anunciar:
o que o cabeleireiro escondeu.

O reino todo ouvia
O vento do bambuzal
E o que ele dizia
Virou o assunto geral.

Midas tem orelhas de burro!
O segredo foi desvendado.
Midas só não dava esturro
Porque era educado.

O rei então fez cortar
o bambuzal delator,
que crescia e voltava a anunciar,
seu segredo, aquele horror.

E assim passou a vida
O rei da Frigias, na história.
Quem quiser conte em seguida,
Outro fato de memória.


Do blog:  http://sementinhasparacriancas.blogspot.com.br/2015/09/midas-o-rei-que-tinha-orelhas-de-burro.html 

Saiba mais:

Mitologia grega:

O segredo do Rei Midas

Dizem que o Rei Midas da Frígia era um sujeito atrapalhado, que ousou afirmar um dia, que a flauta tocada pelo sátiro Marsias era muito mais melodiosa do que a harpa tocada por Apolo. Quando o deus da música soube disso ficou furioso e castigou aquela afronta fazendo as orelhas de Midas crescerem longas e peludas, como as orelhas de burro.
Para ocultá-las, o rei colocou na cabeça um barrete vermelho do tipo que os camponeses frígios costumavam usar naquela época.
Depois de um ano, o cabelo do rei tinha crescido tanto que ele precisou chamar um barbeiro ao palácio. Com ar ameaçador, Midas conduziu o homem a uma sala sem janelas e fechou a porta com chave.
Quando tirou o barrete e deixou as longas orelhas à mostra, o  barbeiro começou a trabalhar com suas tesouras como se nada  notasse de diferente. Ao terminar o corte, Midas avisou-o que aquilo era segredo e o ameaçou caso contasse para alguém.
O barbeiro aparentando indiferença, disse: - Não sei do que Vossa  Majestade está falando, pois eu nada vi nesta sala que já não tivesse  visto antes. O rei ficou tão satisfeito com a resposta que o gratificou  generosamente. O barbeiro saiu do palácio trêmulo por perceber que  tinha estado em grande perigo.
Pouco a pouco aquele segredo começou a pesar tanto para o pobre  barbeiro que ele acabou ficando mais infeliz do que o rei orelhudo.
Precisava contar aquilo para alguém, dividir aquele peso insuportável,  aliviar sua mente mas temia ainda as ameaças do rei. Continuou a  sofrer até que um dia, teve uma inspiração. Afastou-se o mais que pode da cidade e, lá longe, na curva deserta de um rio, cavou um buraco na margem, ajoelhou-se na areia úmida e sussurou ao  buraco três vêzes: "Midas tem orelhas de burro".
Aliviado, repôs a terra cuidadosamente, cobrindo assim as perigosas palavras que tinha proferido e retornou em silêncio para casa. Mas  bem ali, naquele ponto onde cavou o buraco, algum tempo depois  nasceu uma touceira de juncos que, na primavera seguinte,  quando o vento agitava suas hastes flexíveis, faziam um barulho que  parecia reproduzir na linguagem deles, o segredo que tinha sido  confiado à terra: "Midas tem orelhas de burro".
O vento espalhou aquele segredo pelos campos, e os campos o repetiu para os cascos dos cavalos que por ali passavam, em  direção à cidade, e a cidade o repetiu nas esquinas, nas feiras  e no mercado, até que todos se inteirassem daquele fato.



Enfrentar a verdade é um modo de evitar tornar-se refém da mentira e das falsidades que tenta sustentar embora saiba que  elas tem uma vida curta. Tornar-se íntegro e inteiro é o modo mais eficiente e prático de viver, sem simulações que cedo cedem lugar  ao que é verdadeiro.

Midas foi um grande tolo, como tolos são todos aqueles que pensam poder ocultar, com dinheiro, poder e ameaças, as suas orelhas de burro.
Mais cedo do que imaginam, o vento espalhará pela cidade os
segredos e as verdades que em vão tentam esconder.

Fonte:
http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2011/01/o-segredo-do-rei-midas.html


Tema: cultivar a verdade, não mentir, não ser falso.

Perguntas:

Em qual reino morava Midas?

Por quê Apolo ficou furioso com Midas?

Como Apolo castigou Midas?

Midas aceitou o castigo ou tentou esconder?
 - Você acha certa a atitude dele?

O  cabeleireiro de Midas era fofoqueiro?

 Você acha legal a fofoca?

Conhece alguém fofoqueiro?

Midas conseguiu esconder seu segredo?

Atividade:

Reunir dois grupos ou mais dependendo do número de crianças.
Cada grupo vai conversar sobre a poesia e comparar com  seus familiares, amigos e colegas da escola.
Você pode distribuir as perguntas para que eles pensem e depois respondam.
Ao final cada grupo apresenta suas conclusões com o apoio do educador.




Outra atividade legal é pedir que mudem a atitude de Midas, fazendo 
com que aceite as orelhas de burro e inventarem então outro final 
para a história.

2 comentários:

chica disse...

Ficou lindo e bem didático por aqui! Obrigadão por trazer esse linda poesia da querida Hull! bjs, chica

Bell disse...

Gosto muito de mitologia

bjokas =)