sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Rapunzel - Um conto de fadas dos Irmãos Grimm.

Fonte da imagem:https://pixabay.com/pt/contos-de-fadas-pr%C3%ADncipe-princesa-877250/

Era uma vez um casal que há muito tempo desejava inutilmente ter um filho. Os anos se passavam, e seu sonho não se realizava. Afinal, um belo dia, a mulher percebeu que Deus ouvira suas preces. Ela ia ter uma criança!
Por uma janelinha que havia na parte dos fundos da casa deles, era possível ver, no quintal vizinho, um magnífico jardim cheio das mais lindas flores e das mais viçosas hortaliças. Mas em torno de tudo se erguia um muro altíssimo, que ninguém se atrevia a escalar. Afinal, era a propriedade de uma feiticeira muito temida e poderosa.
Um dia, espiando pela janelinha, a mulher se admirou ao ver um canteiro cheio dos mais belos pés de rabanete que jamais imaginara. As folhas eram tão verdes e fresquinhas que abriram seu apetite. E ela sentiu um enorme desejo de provar os rabanetes.
A cada dia seu desejo aumentava mais. Mas ela sabia que não havia jeito de conseguir o que queria e por isso foi ficando triste, abatida e com um aspecto doentio, até que um dia o marido se assustou e perguntou:
- O que está acontecendo contigo, querida?
- Ah! - respondeu ela. - Se não comer um rabanete do jardim da feiticeira, vou morrer logo, logo!
O marido, que a amava muito, pensou: "Não posso deixar minha mulher morrer… Tenho que conseguir esses rabanetes, custe o que custar!"
Ao anoitecer, ele encostou uma escada no muro, pulou para o quintal vizinho, arrancou apressadamente um punhado de rabanetes e levou para a mulher. Mais que depressa, ela preparou uma salada que comeu imediatamente, deliciada. Ela achou o sabor da salada tão bom, mas tão bom, que no dia seguinte seu desejo de comer rabanetes ficou ainda mais forte. Para sossegá-la, o marido prometeu-lhe que iria buscar mais um pouco.
Quando a noite chegou, pulou novamente o muro mas, mal pisou no chão do outro lado, levou um tremendo susto: de pé, diante dele, estava a feiticeira.
- Como se atreve a entrar no meu quintal como um ladrão, para roubar meus rabanetes? - perguntou ela com os olhos chispando de raiva. - Vai ver só o que te espera!
- Oh! Tenha piedade! - implorou o homem. - Só fiz isso porque fui obrigado! Minha mulher viu seus rabanetes pela nossa janela e sentiu tanta vontade de comê-los, mas tanta vontade, que na certa morrerá se eu não levar alguns!
A feiticeira se acalmou e disse:
- Se é assim como diz, deixo você levar quantos rabanetes quiser, mas com uma condição: irá me dar a criança que sua mulher vai ter. Cuidarei dela como se fosse sua própria mãe, e nada lhe faltará.
O homem estava tão apavorado, que concordou. Pouco tempo depois, o bebê nasceu. Era uma menina. A feiticeira surgiu no mesmo instante, deu à criança o nome de Rapunzel e levou-a embora.
Rapunzel cresceu e se tomou a mais linda criança sob o sol. Quando fez doze anos, a feiticeira trancou-a no alto de uma torre, no meio da floresta.
A torre não possuía nem escada, nem porta: apenas uma janelinha, no lugar mais alto. Quando a velha desejava entrar, ficava embaixo da janela e gritava:
- Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!
Rapunzel tinha magníficos cabelos compridos, finos como fios de ouro. Quando ouvia o chamado da velha, abria a janela, desenrolava as tranças e jogava-as para fora. As tranças caíam vinte metros abaixo, e por elas a feiticeira subia.
Alguns anos depois, o filho do rei estava cavalgando pela floresta e passou perto da torre. Ouviu um canto tão bonito que parou, encantado.
Rapunzel, para espantar a solidão, cantava para si mesma com sua doce voz.
Imediatamente o príncipe quis subir, procurou uma porta por toda parte, mas não encontrou. Inconformado, voltou para casa. Mas o maravilhoso canto tocara seu coração de tal maneira que ele começou a ir para a floresta todos os dias, querendo ouvi-lo outra vez.
Em uma dessas vezes, o príncipe estava descansando atrás de uma árvore e viu a feiticeira aproximar-se da torre e gritar: "Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!." E viu quando a feiticeira subiu pelas tranças.
"É essa a escada pela qual se sobe?," pensou o príncipe. "Pois eu vou tentar a sorte…."
No dia seguinte, quando escureceu, ele se aproximou da torre e, bem embaixo da janelinha, gritou:
- Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!
As tranças caíram pela janela abaixo, e ele subiu.
Rapunzel ficou muito assustada ao vê-lo entrar, pois jamais tinha visto um homem.
Mas o príncipe falou-lhe com muita doçura e contou como seu coração ficara transtornado desde que a ouvira cantar, explicando que não teria sossego enquanto não a conhecesse.
Rapunzel foi se acalmando, e quando o príncipe lhe perguntou se o aceitava como marido, reparou que ele era jovem e belo, e pensou: "Ele é mil vezes preferível à velha senhora…." E, pondo a mão dela sobre a dele, respondeu:
- Sim! Eu quero ir com você! Mas não sei como descer… Sempre que vier me ver, traga uma meada de seda. Com ela vou trançar uma escada e, quando ficar pronta, eu desço, e você me leva no seu cavalo.
Combinaram que ele sempre viria ao cair da noite, porque a velha costumava vir durante o dia. Assim foi, e a feiticeira de nada desconfiava até que um dia Rapunzel, sem querer, perguntou a ela:
- Diga-me, senhora, como é que lhe custa tanto subir, enquanto o jovem filho do rei chega aqui num instantinho?
- Ah, menina ruim! - gritou a feiticeira. - Pensei que tinha isolado você do mundo, e você me engana!
Na sua fúria, agarrou Rapunzel pelo cabelos e esbofeteou-a. Depois, com a outra mão, pegou uma tesoura e tec, tec! cortou as belas tranças, largando-as no chão.
Não contente, a malvada levou a pobre menina para um deserto e abandonou-a ali, para que sofresse e passasse todo tipo de privação.
Na tarde do mesmo dia em que Rapunzel foi expulsa, a feiticeira prendeu as longas tranças num gancho da janela e ficou esperando. Quando o príncipe veio e chamou: "Rapunzel! Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!," ela deixou as tranças caírem para fora e ficou esperando.
Ao entrar, o pobre rapaz não encontrou sua querida Rapunzel, mas sim a terrível feiticeira. Com um olhar chamejante de ódio, ela gritou zombeteira:
- Ah, ah! Você veio buscar sua amada? Pois a linda avezinha não está mais no ninho, nem canta mais! O gato apanhou-a, levou-a, e agora vai arranhar os seus olhos! Nunca mais você verá Rapunzel! Ela está perdida para você!
Ao ouvir isso, o príncipe ficou fora de si e, em seu desespero, se atirou pela janela. O jovem não morreu, mas caiu sobre espinhos que furaram seus olhos e ele ficou cego.
Desesperado, ficou perambulando pela floresta, alimentando-se apenas de frutos e raízes, sem fazer outra coisa que se lamentar e chorar a perda da amada.
Passaram-se os anos. Um dia, por acaso, o príncipe chegou ao deserto no qual Rapunzel vivia, na maior tristeza, com seus filhos gêmeos, um menino e uma menina, que haviam nascido ali.
Ouvindo uma voz que lhe pareceu familiar, o príncipe caminhou na direção de Rapunzel. Assim que chegou perto, ela logo o reconheceu e se atirou em seus braços, a chorar.
Duas das lágrimas da moça caíram nos olhos dele e, no mesmo instante, o príncipe recuperou a visão e ficou enxergando tão bem quanto antes.
Então, levou Rapunzel e as crianças para seu reino, onde foram recebidos com grande alegria. Ali viveram felizes e contentes.

Moral da história: 

o verdadeiro amor supera todos os obstáculos.

Essa é a versão original que encontrei na internet depois de pesquisar muito. É que achei estanho o príncipe encontrar Rapunzel com dois filhos sem nenhuma explicação, rsrs mas a história é assim mesmo, olhei até no site oficial irmãos Grimm.

Enfim, de acordo com a idade das crianças, ao contar a história,  pode-se omitir os filhos de Rapunzel, ou aproveitar para falar o que as crianças acham, se ela é mãe solteira, se está separada ou viúva. O fato é que a história deixa no ar a origem dos filhos da heroína.

Outra fonte:

Rapunzel é um famoso conto de fadas popular Alemão, recolhido pelos Irmãos Grimm e publicado pela primeira vez em 1812 e compilado no livro Contos para a Infância e para o Lar. A história dos Irmãos Grimm é uma adaptação do conto de fadas Persinette escrito por Charlotte-Rose de Caumont de La Force e foi publicado originalmente em 1698.

A história narra a vida de Rapunzel, uma jovem de longos cabelos da cor do ouro, aprisionada no alto de uma torre por uma bruxa vingativa. O ápice da história acontece quando um príncipe encontra a torre de Rapunzel e passa a encontrá-la secretamente.
... Removeram referências sexuais, como Rapunzel inocentemente perguntando por que o seu vestido estava ficando apertado em sua cintura, revelando ingenuamente sua gravidez e a visita do príncipe à sua madrasta. Porém, em muitos aspectos, a violência, particularmente ao punir vilões, foi aumentada.


24 comentários:

Alessandra disse...

Olá!
Boa noite!
Adoro essa história...Acho tão linda e interessante.
Certo que gosto mais da versão original, mesmo sem saber como surgiram os gêmeos, kkkk
E a versão da Disney Enrolados, ficou tão fofa, já vi umas 3 vezes, kkkkk e dps a música não sai da minha mente...

Valeu por compartilhar!
Lindo FDS!
Um super bjo!

Alê - Bordados e Crochê
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Unknown disse...

Bem diferente essa história né? hahahah. Mas é bom saber coisas novas.
Adorei o post, beijão :*

Gracita disse...

Amo literatura infantil e ler esta versão da Rapunzel me fez voltar à infância
Eu protagonizei a Rapunzel numa peça de teatro. Adorei
Um beijo no coração

Anônimo disse...

Essa dos filhos de Rapunzel para mim é nova, sempre li as histórias, mas nunca essa versão.

Bjs Plumas e Paetês

Rúbia Kenes disse...

Que linda historia amada, eu conheço e gosto muito, o verdadeiro amor sempre supera tudo e qualquer obstáculos né! mais a outra versão não conhecia kkk fico feliz que você pesquisou que muitos não sabem! parabéns! beijinhopsssssssssssss


http://rubiaartes.blogspot.com.br

Célia Lima disse...

hahaha ADOREI o post!
Não conhecia praticamente nada desse post - com exceção da história clássica da Rapunzel que li/assisti na infância.
vc tem razão quando diz que o amor supera todos os obstáculos...
Bjsss

Tania M disse...

oi,li o conto e confesso que no inicio também fiquei confusa com o aparecimento dos gêmeos mas é apenas nossa mente adulta trabalhando para atrapalhar a grandeza da história que tem um lindo ensinamento.
bjus
www.fuxikitosecia.com.br

Unknown disse...

Olá jeanne gosto muito de história de contos de fadas será que essa história seria a versão verdadeira? Porque tem várias versões da Rapunzel.Mais gostei linda história bjss
Www.blogrosasdeseda.blopost.com.br

Maria José disse...

Bela postagem amiga!não conhecia a história assim,que bom que terminou tudo bem o amor verdadeiro supera todos os obstáculos. é triste o sofrimento dos dois e dos pais que perderam ela para a bruxa,o importante é que teve um final feliz.um ótimo final de semana para você.Bjsss!! http://wwwmazeblogspotcom.blogspot.com.br/

Sandra May disse...

ADOREI!!! Há quanto tempo não lia essa estória. Também
desconhecia a parte dos filhos, mas faz sentido, já que ela era visitada pelo príncipe!!!
Outra moral que a estória pode ter é que mentira tem perna curta, pois Rapunzel sem querer deixou ingenuamente escapar a verdade.
Bjs

Lucimar da Silva Moreira disse...

A história da Rapunzel é linda, adorava ler a história quando era criança, mais nos dias de hoje surgem muitas versões sobre a história, mas Rapunzel continua sendo uma história linda, Jeanne beijos.

Karina Padilha disse...

adoro Rapunzel.. história linda e que faz nossas crianças sonharem com um amor de verdade e amizade e coragem.. adorei o post.. bjs e sucesso!
www.karinapadilha.blogspot.com.br

melaine negreli disse...

já de cara adorei,sou fã dos irmãos Grimm !1 acho sensacional!! quanto a rapunzel prefiro a original com certeza!!

Jully Couti disse...

Eu Amoo!! Ler faz muito Bem!!
Sou apaixonada pelos classicos como a Rapunzel!

Bjúús

http://muitomaisquebelas.blogspot.com.br

Ozenilde disse...

Interessante essa versão...
E mais interessante é que os contos de fada originais, assim como este não são histórias tão lindas como contamos hoje para nossas crianças.
Normalmente os contos surgiram de conflitos vivenciados na época de sua criação, e na sua maioria com as mulheres...e durante décadas vão passando de mão em mão e recebendo alterações, que levam a dezenas de versões diferentes...
Mas, o importante é despertar a imaginação da criançada...
Afinal "...quem conta um conto aumenta um ponto..."
Beijos
www.criandoarteemeva.blogspot.com.br

Ana Laura disse...

Oi,Jeanne! Não conhecia a história assim... Já tinha lido variações dela, provavelmente versões simplificadas como dissestes! Adorei conhecer a versão clássica dos irmãos Grimm. Abraços

Midian.L.S.F - Commaosdeseda Oficial disse...

Ola professora Jeane muito legal o poster..Acho super interessante como os irmãos Grimm pegaram varias oralidades da época e transportaram para a escrita. Apesar de apreciar muito as historia vigente hoje, amo as antigas pois são mais originais ao da oralidade coletadas por eles, e entre as muitas histórias dos outros contos acho a da Rapulzel a mais tocante.
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Unknown disse...

Não conhecia essa versão com os filhos, achei interessante! Eu não lembrava de todos os detalhes da história, e adorei relembrar!

Beijão

Http://www.meucadernodereceitas.com.br

Magda Moreira disse...

A história da Rapunzel sempre me encantou desde criança.
Uma menina com as tranças bem grandes e presa em uma masmorra.Linda a história!! Até hoje encanta milhares de pessoas!! É muito bem ver a história escrita e saber do texto original, onde a Rapunzel tem dois filhos, curioso!! Bjss!!!

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Thally disse...

Atualmente surgem muitas versões sobre a história da Rapunzel né , eu adoro quando era pequena essa historia tinha o livro e queria ler ele todo dia risos

@owillianernani disse...

"Rapunzel, Rapunzel, jogue suas tranças!" Ah como não lembrar rsrs, Ótima estória :3

Blog do Will | Nostalgia Meme

Atelieelicroche disse...

Com certeza o amor supera os obstáculos, e gostei muito de saber da fonte dessa história aprendi muito com o que não sabia,bjs
PEDACINHOS DE RETALHOS

Poções de Arte disse...

Como uma criança curiosa, eu também já ia querer saber sobre seus pais...
Também achei estranha a referência à filhos, mas...
Infelizmente, nunca assisti aos desenhos já feitos para o cinema, mas acho incrível como estas estórias sobrevivem tanto ao tempo.

Abraços esmagadores e ótima semana,
Márcia.

Andrea Jesus disse...

Oi flor, então eu prefiro a versão de enrolados.
Gostei muito do seu post, não conhecia essa versão com os filhos, acheimuito interessante! me fez lembrar de todos os detalhes da historia beijos