Como os pavões andassem em época de muda, uma gralha teve a ideia de aproveitar as penas caídas.
— Enfeito-me
com estas penas e viro pavão!
Disse e fez.
Ornamentou-se com as lindas penas de olhos azuis e saiu pavoneando por ali a
fora, rumo ao terreiro das gralhas, na certeza de produzir um maravilhoso
efeito.
Mas o trunfo
lhe saiu às avessas. As gralhas perceberam o embuste, riram-se dela e
enxotaram-na à força de bicadas.
Corrida
assim dali, dirigiu-se ao terreiro dos pavões pensando lá consigo:
— Fui tola.
Desde que tenho penas de pavão, pavão sou e só entre pavões poderei viver.
Mal cálculo.
No terreiro dos pavões coisa igual lhe aconteceu. Os pavões de verdade reconheceram
o pavão de mentira e também a correram de lá sem dó.
E a pobre
tola, bicada e esfolada, ficou sozinha no mundo. Deixou de ser gralha e não
chegou a ser pavão, conseguindo apenas o ódio de umas e o desprezo de outros.
Fábula de
Monteiro Lobato.
Moral da
história: Cada ser da criação vem o corpo perfeito para viver e conviver, deve
se aceitar.
Tema: auto aceitação,
auto estima.
Para colorir:
2 comentários:
Muito bonito!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Muito bom. Há que aceirar todas as diferenças! :)
.
A brisa descansa, e abre o caminho ...
.
Beijos
Uma excelente semana...
Postar um comentário